A FALTA DE INFORMAÇÕES SÃO A PRINCIPAL CAUSA DO FRACASSO DOS EMPRESÁRIOS

em terça-feira, 27 de fevereiro, 2018

Thomaz Caspary *

A reclamação número um de profissionais é a falta de clareza com relação às suas metas. Isto significa que todos sabem o que precisam fazer hoje, mas poucos sabem ao certo o porquê e aonde a empresa pretende chegar. Como consequência, os funcionários se empenham menos e, com o tempo, acabam desmotivados.

A verdade é que ninguém gosta de ser um mero “robô”. Participar da tomada de decisões, bem como saber o sentido do seu trabalho, é essencial. Uma pesquisa realizada pelo MIT, com 300 empresas gráficas nos USA, confirma esses pressupostos. Uma pergunta foi feita aos profissionais participantes: “Quais habilidades faltam a seus gestores?”. A resposta mais dada foi: “a habilidade de se comunicar”.

COMO SUA GRÁFICA PERDE TEMPO (E DINHEIRO)

Se os SEUS FUNCIONÁRIOS não conhecem os objetivos maiores da empresa e as estratégias adotadas, eles não fazem mais do que olhar para o próprio umbigo, de forma que agregam pouco à ao seu negócio. A Gráfica, por sua vez, perde tempo e dinheiro, ao não disseminar informações importantes.

Quando falta clareza ao profissional com relação a suas próprias metas, os projetos não dão certo, ou o resultado obtido não é o esperado pelo gestor da empresa. E não é uma questão de incompetência. Ao desconhecer seus objetivos de longo prazo, o funcionário pode muito bem andar para a direção oposta para a qual estão caminhando os gestores. Enquanto uns vão para a direita, outros escolhem ir para a esquerda. A empresa não é bem-sucedida e perde recursos. Situações como a descrita não são raras.

Infelizmente, também no Brasil, os atuais gestores não atendem mais àquilo que as gráficas precisam, que é clareza e capacidade de se comunicar, antes de mais nada. Muitos deles retêm informações, porque acreditam que informação é poder. No final, acabam se prejudicando, porque seus subordinados não trabalham o todo, não realizam suas atividades dentro do contexto esperado.

O pior é que há líderes que gostam de ter funcionários robôs, que cumprem ordens sem pensar muito. São gestores à moda antiga, atrasados no novo cenário de competitividade acirrada entre as empresas.

A FALHA COMEÇA NO DONO E NA ALTA GESTÃO.

É possível que, em uma empresa na qual a retenção de informações é parte da cultura corporativa, a culpa seja da média gerência, que não quer dar espaço para ninguém crescer.

O que esse tipo de gestor não entende é que, se seus subordinados não crescerem, ele próprio nunca sairá do mesmo lugar.

A principal responsabilidade pela comunicação da empresa é do dono da gráfica. Se o principal gestor não faz questão de disseminar informações estratégicas, a comunicação não flui para as demais partes da pirâmide. O resultado é que cada um acaba fazendo o que bem entende.

Isso é mais comum em médias e pequenas gráficas, porque as grandes já estão avançadas no quesito comunicação. Boa parte das grandes utilizam ferramentas tecnológicas, como softwares criados justamente para isso e intranet, para que a comunicação flua tanto verticalmente (do gestor para os subordinados) quanto horizontalmente (entre departamentos, de forma que estes trabalhem juntos em torno de um mesmo objetivo).

REUNIÃO É UMA “VERDADEIRA PERDA DE TEMPO”

Algumas empresas evitam ao máximo as reuniões, por conta do clichê disseminado no mundo corporativo de que elas são perda de tempo. A verdade, entretanto, é que reuniões são necessárias e é possível torná-las produtivas. Porque alguns profissionais se utilizam desse canal de comunicação (a reunião) de forma equivocada, muitos desmoralizaram o papel desses encontros. Tenho a certeza de que muitas vezes reuniões sem o famoso blá, blá, blá e com uma agenda fixada são absolutamente necessárias. Mas reuniões não são a única forma da empresa se comunicar com seus funcionários. É possível promover algumas discussões por e-mail, por exemplo.

POR QUE DONOS E GERENTES RETÉM INFORMAÇÕES?

Alguns dos motivos para a retenção de informações são: a ilusão de poder que elas proporcionam; o medo de os subordinados crescerem; a insegurança, por parte do gestor de médio escalão, de que os subordinados utilizem aquelas informações melhor do que ele próprio.

A dificuldade de se comunicar com clareza, o que é uma competência ao mesmo tempo técnica e comportamental cada vez mais essencial aos líderes; e a facilidade de manipular funcionários “robôs”, que não pensam.

Porém, a transparência nas empresas é importante porque: a rádio peão é muito mais rápida (o problema é que, muitas vezes, as informações divulgadas no corredor são totalmente equivocadas).

Ao saber aonde a empresa quer chegar, o funcionário se dedica muito mais e os projetos têm mais chances de serem bem-sucedidos; os diversos departamentos podem tornar-se aliados, no lugar de inimigos, como costuma acontecer; a satisfação do público atendido aumenta; e a liderança informal é enfraquecida.

PENSE NISSO E TOME A ATITUDE INTELIGENTE!

*Thomaz Caspary é consultor de empresas gráficas, Coach e diretor da Printconsult Ltda. – tcaspary@uol.com.br – Tel.: (11) 3167-6939 e (11) 99105-2776.